Diário de Mercado na 5ª feira, 20.12.2018
Ibovespa derrubado novamente pelas negativas bolsas de Nova York
Comentário.
Mais um dia em que o mercado acionário doméstico terminou refém das quedas dos índices das bolsas de Nova York. No panorama externo, cada hora os investidores passam a temer mais riscos. Se já pairava a visão de possível recessão futura dos EUA, refletida na inversão da curva de juros dos títulos do tesouro norte-americano, além da guerra comercial entre EUA e China, que vira e mexe surge um novo capítulo, hoje, a questão se voltou para um menor crescimento global.
O barril de petróleo tipo brent, que iniciou um clara tendência de baixa desde o início de outubro (US$ 86,10 no dia 3) recente, decaiu agora para nível de setembro de 2017, fechando cotado a R$ 54,79, parecendo que a queda ainda não findou.
Tal situação poderia ser considerada favorável, pois traria um custo menor de crescimento para as economias em geral, bem como um alívio inflacionário para os países importadores do produto.
Contudo, este declínio reflete a percepção de mercado de uma menor expansão do mundo no próximo ano.
Ibovespa.
O índice doméstico abriu em alta e pareceu que teria repique da queda final da véspera. Todavia, pouco antes do meio da tarde, por conta dos índices negativos de wall Street, o índice brasileiro entrou definitivamente em campo negativo até seu fechamento.
Os papéis do setor de bancos evitaram uma baixa maior, enquanto as ações da Petrobras foram, ponderadamente, que mais pesaram no índice, com baixas também no setor de siderurgia e mineração.
O Ibovespa fechou aos 85.269 pts (-0,47%), com favorável volume financeiro, passando a acumular -2,49% na semana, -4,73% no mês, +11,61% no ano e +16,22% em 12 meses.
O giro financeiro preliminar da Bovespa foi de R$ 16,163 bilhões, sendo R$ 15,407 bilhões no mercado à vista.
Capitais Externos na Bolsa
No dia 18 de dezembro (último dado disponível), houve saída líquida de capital estrangeiro de R$ 289 milhões, com o saldo em dezembro tornando-se negativo em R$ 47 milhões. No ano, o déficit situa-se em R$ 9,56 bilhões em 2018.
Agenda Econômica.
O Ministério do Trabalho divulgou que o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostrou geração de 58.664 postos de trabalho em novembro, acumulando 858.415 vagas no ano.
As gerações de empregos por setor foi: Comércio: +88.587; Serviços: +34.319; Indústria de Transformação: - 24.287; Agropecuária: -23.692; Construção Civil: -13.854; Administração Pública: -1.122; Extrativa Mineral: -744; Serviços Industriais de Utilidade Pública: -543. Já o salário médio de admissão em novembro foi de R$ 1.527,41 e o salário médio de demissão foi de R$ 1.688,71.
Câmbio e CDS.
O dólar comercial (interbancário) fechou cotado em R$ 3,8560 (-0,82%), acumulando -1,28% na semana, -0,05% no mês, +16,32% no ano e +17,03% em 12 meses. A divisa principiou cadente e operou em campo negativo ao longo de toda a sessão, substancialmente, girando ao redor de R$ 3,85, acompanhando a tendência do mercado internacional de moedas, que refletiu a citação do comunicado do Fed da véspera de duas elevações de juros no próximo ano, ao invés de três citadas anteriormente.
Risco País
O risco medido pelo CDS Brasil de 5 anos subiu a 208 pontos ante 206 pontos de ontem.
Juros.
A curva da estrutura a termo da taxa de juros tornou a recuar, progressivamente da ponta mais curta para a mais longa, sendo que todos os vértices situaram-se abaixo de 10% pelo segundo pregão consecutivo.
O movimento acompanhou o recuo do dólar, bem como foi influenciado também pelo RTI (Relatório Trimestral de Inflação) do Banco Central, que veio tão brando como a ata do Copom divulgada na recente 3ª feira, 18.12.
Para a sexta-feira.
No Brasil: IPCA-15, Saldo em conta corrente e Investimento Estrangeiro Direto.
Nos EUA: PIB, Consumo das Famílias, PCE (núcleo) e índice de confiança do consumidor da Universidade de Michigan.
França e Reino Unido: PIB.
Confira no anexo a íntegra do relatório de análise do comportamento do mercado na 5ª feira, 20.12.2018, elaborado por RICARDO VIEITES, CNPI, e HAMILTON ALVES, CNPI-T, ambos integrantes da equipe do BB Investimentos